segunda-feira, 28 de março de 2011

contradição

O assédio ao crédito (endividamento) fútil continua como se não houvesse crise ou necessidade de contenção. Como se o passado não estivesse ali para nos mostrar a armadilha.


É ofensivo!


Mas tudo indica que há muita gente que, ou não passou pelo passado ou passou tanto que já se esqueceu... Ou que andamos todos enganados, também pode acontecer!



3 comentários:

Vera Isabel disse...

Aqui há uns tempos vi um outdoor na rua, publicidade de uma agência de viagens...
Dizia: "viagens, um bem de 1ª necessidade". Ilustrada com uma imagem de um destino paradisíaco (não menos que 600euros por cabeça).

Então Bora Bora > pão, carne, peixe?

Unknown disse...

Boa noite, Lélé

Numa entrevista à Revista Pública, Medeiros Ferreira diz que

«O crédito é espiritualização do capitalismo.»

O crédito que os bancos estão a conceder está a ser com base em garantias reais e com spreads altíssimos.

Bjs

lélé disse...

Arya... Pois... Baratíssimo! E de primeiríssima necessidade... Mas ainda há quem possa (com poder perfeitamente legítimo) alinhar nessa necessidade sem contrair dívida ou, pelo menos, sem grande dificuldade para a pagar. Quando eu digo que é ofensivo, é possível que esteja a ter maus pensamentos, do género "TODOS temos de poupar; NINGUÉM pode ter possibilidades; TODOS que têm possibilidade é porque foram corruptos", etc. Há pessoas que têm dinheiro (dinheiro limpo) e nós, os tesos, só podemos agradecer a essas pessoas o façam circular...

JPD... Boa noite, JPD. Não entendo de economia, mas não me parece mal essa frase do Medeiros Ferreira. Afinal, se bem a gente se lembra, houve, por parte dos próprios governantes, desde o Mário Soares, pelo menos, um grande incentivo ao consumo. Era o alinhamento ao capitalismo. Foi quando ele meteu o socialismo na gaveta.
O maior problema é que a muitas pessoas não foi e não é dada oportunidade de não contrair empréstimos. Se elas querem singrar, se apenas querem viver, têm de ter coisas a que não acedem sem recorrer ao crédito.
Mas, quando se está com a corda no pescoço, ou perto disso, parece-me indecente pedir dinheiro para fazer uma viagem, como aquela do anúncio que a Arya referiu.
Quanto a estarem a conceder crédito com base em garantias reais, acho que não, não estão. Vejamos: sou abordada por 4 instituições de crédito; cada uma me concede um "plafond" que pode ir até dois terços dos meus rendimentos; eu uso os 4 plafonds. Qual foi a garantia real? É que é isto que se passa! Aliás, sempre recusei estas "facilidades" todas, muito porque no meu pensamento só há uma certeza: no dia em que eu precisar MESMO de contrair uma dívida, não há um banquinho que me empreste, pelo menos sem me esfolar.